no nascer do sol – ela já de pé,
dobrava o turno, ainda fazia o café;
do suor nas mãos brotava o verbo “criar”,
investia em futuro pra me ver decolar.


distância de décadas, mapas tão frios,
mas tua voz invade meus atalhos vazios;
cada rua que pego carrega teu timbre,
GPS de afeto que jamais se extingue.


tua ética, tatuagem sem tinta na pele,
marca que pulsa, segura e me impele;
se o medo ensaia roubar o amanhã,
uma frase acende: “coragem de manhã”.


mulher de jornada dupla, guerreira discreta,
deu-me raiz que ancora – e asa que seta;
hoje sou voo e sou solo, mistura precisa,
sou metade da tua luta, metade da tua brisa.